As duas primeiras testemunhas indicadas pela defesa de Mauro Hoffmann, ex-sócio da Kiss, e réu no processo criminal sobre o incêndio, foram ouvidas pela Justiça na manhã desta quarta-feira. O objetivo da defesa é mostrar que o empresário não tomava decisões no dia a dia da boate. Além disso, a ideia é estabelecer um comparativo entre a Kiss e a outra casa noturna de Mauro, o Absinto Hall. A defesa tenta deixar claro que nesta última sim, Mauro era o responsável direto pela administração.
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O primeiro depoimento foi do eletricista Darlei Menezes Scremin, que trabalhou para a Kiss de janeiro de 2011 até a data do incêndio, em 27 de janeiro de 2013. Em depoimento, ele disse que todas as ordens eram dadas por Elissandro Spohr, o Kiko. Que viu Mauro cerca de três vezes no local no turno da tarde.
Mas que, certa vez, Mauro teria desconfiado do trabalho dele e teria indicado um engenheiro de renome para vistoriar a rede elétrica da Kiss. Afirmou que fez, pessoalmente, todas as mudanças e reformas na parte elétrica da Kiss, no período, e que nunca houve projeto com responsável técnico na área de eletricidade ou engenheiro elétrico.
O segundo a depor foi Diego Vasconcelos, DJ residente do Absinto nos 12 anos em que a boate funcionou _ ela fechou definitivamente após a tragédia. Ele disse que havia ordem expressa de Mauro para que não se utilizassem artefatos pirotécnicos no Absinto, que a boate não tinha barras de contenção e que os seguranças usavam sistema de rádio para se comunicar e que ninguém entrava além da capacidade do lugar.
Disse ainda, que Mauro considerava a Kiss uma concorrente, apesar de ter participação na sociedade. Mencionou que Mauro teria adquirido parte da Kiss como uma segurança, caso recebesse ordem de despejo do Absinto pelo shopping onde estava localizado.
À tarde, prestaram depoimento Eduardo Molinos que foi sócio de Mauro em um restaurante. Fernanda Borsa, dona da gráfica que imprimia as comandas e os cartazes tanto para o Absibnto quanto para a Kiss. A testemunha disse que Mauro apenas tratava sobre serviços para o Absinto e que, no caso da Kiss, o trabalho era solicitado por Kiko.
O último a depor nesta quarta-feira foi o publicitário Fernando Bergoli, ex-gerente comercial da Atlântida de Santa Maria. Ele disse que Mauro só tratava de divulgação para o Absinto e nunca para a Kiss.